Resenha Crítica – Por Natália Lorenzoni Cavassani, associada Trainee do Instituto Líderes do Amanhã
Ludwig von Mises, economista, filósofo e professor, se destacou por suas amplas ideias e provocações relacionadas a importantes temas para a sociedade de uma forma geral, foi o mais obstinado portador da chama da liberdade no século XX e teve sua vida dedicada à luta intransigente em defesa das liberdades individuais e do livre mercado. Sua defesa foi pela liberdade individual e pelas instituições que a tornam possível, e até os dias atuais, seu legado se perpetua através de suas obras e de seus discípulos.
De uma maneira leve e entusiasta o autor consegue transcrever importantes significados relacionados a economia, governo, sociedade, política e mercado, elucidando o contexto de sua mensagem em uma divisão de 6 lições: o capitalismo, o socialismo, o intervencionismo, a inflação, o investimento estrangeiro e, por último, política e ideias.
Em sua primeira lição, “O Capitalismo”, os consumidores são os principais agentes. O status social de um homem, antes do capitalismo, permanecia inalterado. Na descrição dessa lição, o autor comenta sobre o início do capitalismo moderno, que se deu a partir de uma grave situação social. Vincula também a importância dos clientes para o avanço e permanência de uma empresa, e exemplifica que liberdade de concorrência não é sobre copiar algo de alguém, é inovar algo, podendo ser em cima do que alguém criou ou não.
Um outro aspecto importante que o autor ressalta é o fato de termos um aumento de padrão de vida, por ter um aumento de competitividade e aumento de salários, além de podendo elevar a produção de alimentos, pôde-se dizer que tem também o potencial de aumentar a existência humana na Terra. Diferente do que contestava a teoria Marxista, que acreditava que os padrões de vida dos trabalhadores jamais poderiam melhorar.
Em sua segunda lição, “O Socialismo”, até mesmo as carreiras dos trabalhadores são decididas pelo próprio governo. O que o autor já contesta com contraponto, “quando há economia de mercado, o indivíduo tem a liberdade de escolher qualquer carreira que deseje seguir, de escolher seu próprio modo de inserção na sociedade”.
Liberdade significa realmente liberdade para errar. Nas condições socialistas, isso não existe pois só há uma única autoridade econômica, e esta detém o poder de determinar todas as questões atinentes à produção. Dentro desse contexto, Mises contrapõe, dizendo que existe uma grande diferença entre o planejamento total feito por uma autoridade governamental central, e a liberdade de cada indivíduo para traçar os próprios planos, fazer o próprio planejamento.
Na terceira lição, “O Intervencionismo, começa-se dizendo que o governo tem o dever de proteger as pessoas dentro do país contra investidas violentas e fraudulentas de bandidos, bem como defender de inimigos externos.” Essas são as funções de um sistema livre de governo e na economia de mercado.
As medidas de intervencionismo governamental sobressaltam a responsabilidade fim do governo, e acabam por restringir a supremacia do consumidor. E quando o governo deseja intervir em preços, salários e taxas de juros, resulta em socialismo.
Na quarta lição, “A Inflação”, Mises afirma que o aumento da inflação, gera aumento de preço, aumento de compra e resulta em um colapso monetário. Comenta também que a fixação de salários superiores aos que se estabeleceriam num mercado desimpedido, resulta em desemprego de parcela ponderável da população ativa. Finaliza essa sessão dizendo que deveríamos abandonar as políticas inflacionárias e que o controle sobre a inflação só pode ser alcançado em uma economia de mercado livre.
Em sua quinta lição, “O Investimento Estrangeiro”, para o autor, a liberdade econômica é a condição essencial para que o mercado funcione de forma eficaz. Em uma economia de mercado livre, sem controles estatais, as empresas podem investir e operar de maneira mais eficiente, os fluxos de capital tenderiam a seguir o mercado, buscando as melhores oportunidades de lucro.
Por último, em sua sexta lição, Mises fala sobre “Políticas e Ideias”. Comenta que interesses de pequenos grupos obtém privilégios a expensas da maioria. Jamais será possível a um parlamentar representar a totalidade de seu eleitorado. A obra, por ser uma transcrição de seis palestras ministradas pelo autor, é escrita de uma forma objetiva e sólida no decorrer de suas explanações e provocações. Por fim, tem-se esperança no contexto das ideias para o nosso futuro, a ação é simples, precisa-se substituir más ideias por ideias melhores. O autor enfatiza: “A geração vindoura conseguirá fazer isso. […] tenho mesmo muita confiança nesse futuro.” (p.167) Os leitores poderão usufruir de uma obra que os guiará para um futuro em que possam ser livres, prósperos, justos e pacíficos, sem intervenção estatal.