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Resenha – A mentalidade anticapitalista

Resenha Crítica – Por Zeller do Valle Bernardino, associado Trainee do Instituto Líderes do Amanhã

Ludwig von Mises foi um dos mais influentes economistas do século XX. Um dos principais expoentes da escola austríaca de economia, ele teve um papel de grande relevância na propagação dos ideais de liberdade e luta contra o socialismo. Mises foi autor de várias obras, dentre elas, “A Mentalidade Anticapitalista”. Nessa obra, publicada em 1956, o autor busca estudar os fatores que levaram inúmeros indivíduos a serem contra o sistema capitalista, mesmo com os inegáveis avanços que ele propiciou para a sociedade.

Primeiramente, o autor busca explicar o que é o sistema capitalista e seus avanços. O capitalismo é um sistema de livres trocas entre os indivíduos que buscam satisfazer suas necessidades. Ao fazer isso, os indivíduos acabam promovendo uma alocação de recursos mais eficiente e gerando bem-estar para a sociedade. No capitalismo o sistema de preços gera a informação que permite aos produtores atender as demandas dos consumidores.

Todo esse processo de livres trocas comerciais fez com que a sociedade tivesse um crescimento de produtividade jamais visto. Por meio do sistema de produção em massa, vindo com a revolução industrial, foi possível dar acesso a bens e serviços para a população que antes estavam restritos somente as elites. O padrão de vida de um cidadão médio passou a ser melhor que o padrão de vida de um nobre no século antes da revolução. A melhoria nas condições de vida fez com que a população crescesse como nunca, por meio do acesso a produtos.

Apesar desses resultados expressivos, o capitalismo é frequentemente criticado por ser um sistema que gera desigualdades sociais e favorece as classes mais ricas. O autor faz uma análise dos motivos que levaram a essa crença equivocada.

Primeiro, ele analisa que uma boa parte das críticas feitas ao sistema capitalista não vem de uma análise detalhada dos dados, mas sim de uma análise subjetiva e focada na emoção das pessoas. Essa análise psicológica dos indivíduos mostra que sentimentos de ressentimento e inveja são frequentemente as causas dessa mentalidade. Ao fazer uma análise objetiva, pode-se observar que o capitalismo é o único sistema que permitiu às classes mais baixas uma ascensão social e que boa parte dos problemas de fome e miséria já existiam antes disso. O que o capitalismo faz foi subir o padrão de vida geral da população, mas não de maneira igualitária.

Outra questão que o autor levanta é a do papel que os intelectuais e a mídia têm na formação desse pensamento. Ele avalia que muitas vezes esses intelectuais fazem uma idealização do modelo socialista, sem levar em conta os dados. O modelo socialista se baseia muita no apelo sentimental de ajuda aos menos favorecidos e consegue espaço na mídia e nos debates públicos. Mises também destaca o papel que a educação promove na visão distorcida do capitalismo, atribuindo a pobreza e desigualdade social ao advento capitalismo. A pobreza sempre existiu. As pessoas foram para as fábricas, pois lá as oportunidades eram melhores que as anteriores.

O livro finaliza dizendo que o verdadeiro embate está no campo das ideias e que apenas promovendo o debate sobre liberdade econômica nas universidades, escolas e na mídia será possível refutar isso. O capitalismo não é um sistema perfeito, mas é o único que conseguiu elevar o bem-estar da população, possibilitando sua ascensão social.

Autor

Zeller Bernardino

Zeller do Valle Bernardino

Associado Trainee

Valor Investimentos

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