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Resenha – O que se vê e o que não se vê

Resenha Crítica – Por Samara Gnocchi Repossi, Associada Alumni do Instituto Líderes do Amanhã

Frederic Bastiat nasceu na França em 1801 e ele foi um defensor das causas liberais em uma época que as ideias socialistas cresciam e ganhavam admiradores. Bastiat trazia sua visão liberal sob várias temas, explicando as consequências não vistas das causas defendidas pelo socialismo.

No livro “O que se vê e o que não se vê”, escrito em 1849, um ano antes da sua morte, o autor explica as consequências de segunda ordem, que não são vistas de imediato. O primeiro exemplo do livro é a “Janela Quebrada”, que, à primeira vista, parece ser economicamente vantajoso, porém não é. Quando se quebra uma janela para movimentar a economia, já que o vidraceiro terá uma atividade em consertar a janela quebrada, o que não se vê é que o valor gasto com algo que já possuía, poderia ser gasto com outra atividade econômica.

Em cada capítulo ele traz luz para um tema polêmico. Um deles que até hoje é discutido é o sobre belas artes. Primeiro Bastiat questiona o que é arte, e defende que a arte deve ser reconhecimento do setor privado, e não do poder público. Com financiamento público ou com leis que determinam incentivo à cultura de forma compulsória, não é identificado de fato o que é cultura. Caso isso fosse feito pelas pessoas do setor privado, o livre comércio determinaria o que deve ter sucesso como arte.

O livro, lançado em plena revolução industrial, em que as máquinas traziam medo sobre o futuro da mão de obra humana, o autor traz uma visão que a prosperidade está atrelada ao avanço das máquinas, que trabalham a favor da evolução dos homens.

Sobre impostos, menciona como o governo é um parasita legítimo, que pode apoderar-se do dinheiro da população para usá-lo como e onde quiser. Daí a diferença de um ladrão que se apodera de algo que não é seu e é condenado por isso, do governo que se apodera legalmente, por meio de impostos. 

Sobre os créditos, o autor explica que o dinheiro não existe por si só, ele, na verdade, é o meio de se obter bens. Quando uma pessoa pede crédito ela não está interessada no dinheiro, mas em algum bem que vai adquirir com aquele valor, esse consumo faz girar a economia. O problema é quando o governo imputa valores na economia e manipula a circulação de valores, gerando inflação e aumento de taxa.

Uma forma de que o governo gasta o dinheiro é para o financiamento de tropas, e uma parte socialista defende que é uma forma de circular o dinheiro. O que não se vê é que esse valor, se não fosse investido em guerras, seria investido em outros setores da economia que poderiam produzir mais dinheiro. O exército não produz mais dinheiro, apenas gasta, consome os valores investidos.

Quanto aos investimentos do governo em obras públicas gerarem valor para a economia, o autor traz razão aos fatos romantizados. Se uma obra é realizada apenas para movimentar a economia, essa é desnecessária e indevida, pois está retirando o investimento de onde ele realmente é indispensável para realocar em algo que não tem importância, conclui-se que o investimento faltará no local onde é necessário.

Portanto, já que o governo não produz riqueza, e sim parasita legitimamente as pessoas por meio dos impostos, então, ele não deveria ser responsável por cultura, educação e nem saúde. Todos, dos principais ao mais simples serviços, poderiam ser consumidos por um livre comércio, pela procura daqueles que se interessam por cada um. Apesar de ser difícil de pensar uma mecânica da sociedade assim, respeitando essas regras, ela funciona por deixar o dinheiro e a escolha na sua mão, e não nas mãos do governo.

Autor

Samara-Gnocchi-Repossi

Samara Gnocchi Repossi

Associada Alumni

Zarb Distribuidora

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