Resenha Crítica – Por Daniel Bergantini, Associado Trainee do Instituto Líderes do Amanhã
Em “O Cântico”, Ayn Rand conduz os leitores por uma jornada emocionante através de um mundo distópico onde a liberdade individual é sacrificada em prol do coletivismo. Através da história de Equality 7-2521, protagonista do livro, a autora transporta para uma sociedade futurista altamente controlada, onde a expressão pessoal é suprimida em nome de uma igualdade forçada. Reforçando a importância da autonomia individual, da criatividade e os perigos do coletivismo.
Ao longo da narrativa, os conflitos morais enfrentados por Equality 7-2521 durante sua busca incessante por identidade e propósito. Diante da opressão que sufoca qualquer traço de individualidade, ele se vê constantemente questionando o significado da vida e o papel do indivíduo na sociedade.
Movido por uma paixão ardente e uma insaciável curiosidade, Equality se entrega secretamente aos estudos de ciência e matemática, áreas que despertam seu potencial criativo e inovador. Suas descobertas, como a revolucionária invenção da lâmpada incandescente, desafiam as normas estabelecidas, demonstrando a capacidade transformadora da razão humana.
A intensidade de seu relacionamento com Liberty 5-3000 amplifica ainda mais sua busca por liberdade, levando-o a desafiar as restrições impostas pelo Estado e a lutar por um amor proibido em um mundo que tenta sufocar as expressões individuais de sentimentos.
Durante a trajetória de Equality 7-2521, Ayn Rand revela de forma contundente os perigos de uma sociedade que nega o individualismo em favor do coletivismo. A narrativa ilustra como essa negação pode levar à degradação da humanidade e à perda da essência que nos torna únicos. A opressão do Estado, que suprime qualquer traço de individualidade, é apresentada como uma força destrutiva que aniquila a criatividade e o espírito humano.
Ao longo da história, Rand constrói um cenário sombrio e opressivo, no qual a opressão do Estado é palpável em cada aspecto da vida dos personagens. A falta de liberdade individual é retratada de maneira vívida, desde o início, quando o herói refere a si mesmo como “nós” e não “eu”, ilustrando a negação completa do “ego”, priorizando o coletivo acima do indivíduo. No entanto, mesmo diante dessas adversidades, a chama do egoísmo e da busca pela verdade continua acesa no coração de Equality 7-2521, o levando a encontrar no final de sua trajetória a palavra que tanto fazia falta em seu vocabulário, o “Eu”.
“O Cântico” não é apenas uma obra de ficção; é um manifesto sobre os princípios que devem reger a sociedade. Rand encoraja o leitor a questionar as normas e estruturas que limitam a liberdade, promovendo a valorização da individualidade como um escudo contra a opressão coletiva. Esta obra atemporal continua a ressoar com leitores ao redor do mundo, destacando a necessidade de defender a liberdade em face de qualquer forma de tirania.