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Resenha – Execução: a disciplina para atingir resultados

Resenha Crítica – Por Gustavo Martins, Associado II do Instituto Líderes do Amanhã

“Execução” é uma obra de Larry Bossidy e Ram Charam que tem foco no obstáculo existente entre as boas ideias de muitos empreendedores e a concretização delas. Afinal, não adianta nada ter boas ideias e uma boa estratégia se elas nunca saírem do papel.

Larry Bossidy, um dos autores, já foi CEO da AlliedSignal e COO da General Eletric Corporation, tendo vasta experiência e grande sucesso como executivo. Por sua vez, Ram Charam é um renomado professor que já deu aulas em Harvard sobre o tema e é uma referência no segmento. A junção desses dois é o motivo pelo qual em sua capa está estampada a seguinte frase: “A prática e a teoria juntam forças e o resultado é um livro muito interessante sobre como fazer acontecer”, de Jack Welch.

Bossidy e Charam perceberam que muitas empresas falham em explorar melhor seu verdadeiro potencial por não conseguirem executar todas as suas estratégias e planos e a obra se propõe a trazer alguns pilares e direcionamentos para que os leitores possam melhorar sua capacidade de execução.

Segundo os autores, a execução precisa ser vista como um ato de disciplina, um hábito, o que demanda uma mudança de comportamento e resiliência, o que muito se coaduna com a frase de Aristóteles sobre excelência: “Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito.” Então, como cultivar esse hábito?

O primeiro direcionamento trazido pelo livro é o de que executar é, sobretudo, papel do líder. O que deixa claro que quem está à frente do negócio precisa estar envolvido com toda a equipe e direcionado à execução. É uma mudança de comportamento “top-down”.

A mudança de comportamento do líder ajuda a garantir que todos os funcionários da empresa entendam que executar é um objetivo da corporação, mudando assim sua cultura.

O segundo direcionamento é que a execução seja detalhada, para que assim seja possível garantir que todas as etapas do projeto tenham um responsável e sejam satisfatórias, aumentando também o nível de consciência da liderança com relação a todas as partes envolvidas.

Para que esses direcionamentos se concretizem, os autores destacam sete técnicas que auxiliam no processo de execução de qualquer estratégia. A primeira delas é “saiba exatamente quem é sua equipe e sua empresa”. Essa regra sugere que o líder esteja atento à realidade de seu negócio e conheça cada um de seus membros. Isso porque aproximar a convivência e estreitar laços permite com que as pessoas tenham mais liberdade para se manifestar e até mesmo para propor sugestões de melhoria à execução de cada um dos processos

A segunda técnica é “seja realista”. O líder deve analisar os fatos e dados ao seu redor e procurar as próprias fraquezas de modo realista. Só assim ele será capaz de encontrar os pontos de melhoria realmente necessários.

Em sequência, a terceira técnica é “tenha metas claras”. É necessário que todos tenham conhecimento das metas da empresa e que a prioridade entre elas seja bem definida. Assim, as pessoas saberão exatamente o que fazer e quando fazer, maximizando a utilização dos recursos disponíveis ne organização.

A quarta técnica diz respeito ao acompanhamento dos processos internos. Um bom líder precisa conseguir analisar se tudo o que foi planejado e delegado está realmente sendo executado. Para que isso seja bem feito, os autores ainda mencionam a utilização de bônus e recompensas para aqueles que apresentarem os resultados exemplares e de maneira satisfatória, uma técnica bem comum nas empresas e que até mesmo foi alvo de indicação pelo Ilson Hulle no encontro do dia 22/08/2022.

Por sua vez, a quinta técnica ressalta a importância do reconhecimento. Os autores expressam que as pessoas relacionam um bom feedback à ideia de sucesso, de modo com que se sentem mais motivadas quando são reconhecidas por aquilo que fazem de melhor.

A sexta técnica é “saiba orientar e fomentar o conhecimento”. Há uma grande diferença entre orientar e dar ordens. Ser claro, elogiar e incentivar fazem parte da primeira opção, que auxilia sua equipe a enxergar o melhor caminho para uma boa execução, ao passo que atitudes autoritaristas não têm uma receptividade muito boa e costumam fazer parte da segunda opção.

Um bom líder deve saber fazer perguntas, observar o comportamento das pessoas e fazer reflexões e sugestões com base nisso. Afinal, como Andrew Groove diz em “Gestão de Alta Performance”, o resultado de um bom gestor é a soma do resultado de seus subordinados.

Por fim, a última regra é “entenda quem você é” conhecer a si próprio é o último comportamento apontado no livro. É preciso ter coragem para reconhecer seus medos e falhas, mas é preciso reconhecê-los para dominá-los e colocar em prática todos os planos que ainda estão no papel.

Os autores, então, encerram o livro tratando sobre remanejamento de pessoal e trazem uma ideia muito abordada também nos livros de Jim Collins, que é, coloque as pessoas certas nos lugares certos. Muitas vezes as empresas não conseguem ser boas executoras de seus planos simplesmente, porque não sabem escalar bem seu time. Muitos gestores têm preocupações em demitir os funcionários ruins ou com poucas habilidades ou até mesmo acabam colocando pessoas em cargos de liderança em razão de relacionamentos pessoais e não em razão de merecimento.

O livro é uma excelente obra no pilar de “gestão” do ciclo de formação do Instituto e que também guarda muita relação com o valor de “Responsabilidade Individual”, afinal, o comprometimento do líder com suas ações é que serão responsáveis pelas consequências por elas produzidas. Além disso, diversas são as ações que podem ser alteradas no nosso dia a dia com as sugestões e regras do livro. Para encerrar essa resenha, menciono uma fala do Associado Alberto Vieira no podcast “O Gestor”, que resume a importância do livro: “A capacidade dos gestores de executar, isso faz muita diferença. É difícil achar gestores que tenham a capacidade de executar. Tem muita gente boa para fazer projeto, planejar, mas de botar a mão na massa e fazer acontecer são poucos. E isso é uma disciplina que faz diferença para o gestor. ”

Autor

Gustavo-Martins-N.-Rosetti

Gustavo Martins N. Rosetti

Associado II

Mendonça & Machado Advogados

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