Resenha Crítica – Por Emílio Stein, Associado Trainee do Instituto Líderes do Amanhã
Henry Hazlitt nasceu em 28 de novembro de 1894 na Filadélfia, e faleceu em Nova York, em 9 de julho de 1993. Estudou Economia por conta própria e se tornou um dos mais influentes escritores sobre essa temática. Seu livro “Economia em uma Única Lição” é uma obra clássica que oferece uma introdução acessível e aguda aos princípios fundamentais da economia. Com uma linguagem acessível e de fácil compreensão. A obra foi publicada pela primeira vez em 1946, o livro permanece relevante e influente ao longo do tempo, proporcionando uma compreensão clara e prática da ciência econômica para leitores de todos os níveis de familiaridade com o assunto.
O livro é baseado em uma análise das chamadas “falácias sobre a economia”, que são recorrentes até os dias de hoje e que acabaram se tornando uma ortodoxia no meio dos economistas. Algumas dessas falácias têm colaborado para atrasar a vida de muitas pessoas e de empresas no mundo ao longo de toda a história. O autor descreve alguns dos erros econômicos mais generalizados e que exercem influência negativa na vida à medida que saão admitidas como “verdades” na formulação de políticas econômicas.
Logo nos primeiros capítulos, Henry chama a atenção para um fato frequentemente ignorado ou esquecido quando assuntos econômicos são discutidos: de que os fenômenos econômicos precisam e devem ser analisados segundo dois pontos de vista. O primeiro considera apenas as implicações visíveis, de curto prazo, ou seja, apenas aquilo que se vê a “olho nu”, desconsiderando as consequências a médio e longo prazos.
A principal premissa do livro é abordada na “única lição” do título: a importância de considerar as consequências a longo prazo de uma política econômica, em vez de apenas suas vantagens imediatas. Hazlitt argumenta que muitos equívocos econômicos surgem de uma visão estreita e imediata, ignorando as implicações secundárias e de longo prazo.
O autor começa por abordar o conceito de “visão curta” e como a análise econômica muitas vezes se concentra apenas nos benefícios imediatos de uma ação, negligenciando os custos indiretos e subsequentes. Hazlitt desmonta várias falácias econômicas comumente aceitas ao explicar como a análise deve estender-se além das consequências primárias para uma compreensão mais completa.
Uma das questões centrais abordadas no livro é a falácia da “janela quebrada”. Hazlitt ilustra como a destruição de propriedade, embora possa parecer benéfica para a economia ao criar oportunidades de reparo e emprego para os vidraceiros, na verdade representa uma alocação ineficiente de recursos. Ele demonstra como o verdadeiro custo é o que poderia ter sido feito com os recursos empregados na reparação, destacando a importância de se considerar as oportunidades perdidas.
Outra falácia destacada pelo autor é a falácia das “bênçãos da destruição”. Ele destaca que a ilusão de que a destruição de bens e propriedades pode ser benéfica para a economia. Hazlitt desmonta essa visão equivocada ao examinar a falácia da janela quebrada, aonde a destruição aparentemente cria empregos e oportunidades para os reparadores. No entanto, o autor argumenta que essa perspectiva negligencia o custo de oportunidade, pois os recursos utilizados para reparar a janela poderiam ter sido empregados em outras atividades mais produtivas. Ao destacar a importância de considerar as oportunidades perdidas e as consequências indiretas, Hazlitt alerta contra a falsa noção de que a destruição pode gerar prosperidade, enfatizando a necessidade de uma análise econômica mais abrangente e de longo prazo. Por isso, ele destaca que a demanda do pós-guerra nunca será exatamente o modelo de demanda do pré-guerra.
Outro ponto-chave abordado por Hazlitt é a diferença entre o que é visto e o que não é visto em economia. Ele enfatiza a importância de não apenas observar os resultados visíveis de uma política econômica, mas também considerar as ramificações invisíveis e as consequências para outros setores.
Henry Hazlitt destaca a problemática dos impostos que desencorajam a produção, argumentando que as altas taxas de imposto sobre renda e produção podem atrapalhar a iniciativa individual, reduzir os incentivos para o trabalho, investimento e inovação. Ele ainda alerta para o impacto negativo dessas políticas fiscais, que podem prejudicar o crescimento econômico ao desestimular a atividade produtiva e comprometer o desenvolvimento a longo prazo.
Além disso, o autor examina questões como o papel do governo na economia, os perigos da inflação, as consequências das intervenções nos preços e as complexidades do comércio internacional. Hazlitt apresenta uma análise clara e fundamentada, ele utiliza exemplos e casos práticos para ilustrar seus pontos, de forma a tornar a economia acessível mesmo para aqueles sem conhecimento prévio.
Em resumo, “Economia em uma Única Lição” é uma obra essencial que oferece uma introdução valiosa aos princípios econômicos fundamentais. Henry Hazlitt destaca a importância de uma visão ampla e de considerar todas as implicações de uma ação econômica, tornando este livro uma leitura fundamental para qualquer pessoa interessada em compreender os fundamentos da ciência econômica de maneira clara e aplicável.