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Resenha – A Revolta de Atlas

Resenha com Case Prático – Por Filipe de Barros B. Busatto, Associado II do Instituto Líderes do Amanhã

Alissa Zinovievna Rosenbaum, nascida em 2 de fevereiro de 1905 em São Petersburgo, enfrentou reviravoltas significativas em sua vida, indo de uma condição financeira saudável, proporcionada pela farmácia de seu pai, para a necessidade de migrar para a Criméia após o confisco do negócio familiar pelo Governo durante a Revolução de Fevereiro na Rússia.

Esse episódio gerou na jovem uma repulsa ao comunismo e uma paixão pelos princípios liberais. Enxergando nos Estados Unidos um modelo a ser seguido e um país onde poderia desenvolver seus trabalhos com mais liberdade, a autora migrou para os EUA, assumindo o nome de Ayn Rand e dedicando-se à escrita.

Sua primeira obra reconhecida foi A Nascente, publicada em 1943. No entanto, foi com A Revolta de Atlas, lançada em 1957, que a autora alcançou destaque notável, sendo inclusive reconhecida pelo Congresso Americano, depois da Bíblia, como um dos livros mais influentes nos Estados Unidos.

Toda a obra gira em torno da pergunta central: “Quem é John Galt?”, feita em todos os capítulos da trama, gerando questionamentos aparentemente sem respostas para o leitor. Ao longo da história, o leitor consegue se conectar profundamente com os principais personagens.

Dentre eles, destaca-se Dagny Taggart, que representa o indivíduo racional, produtivo e empreendedor, atuando como vice-presidente de operações da Taggart Transcontinental, uma ferrovia da família em situação financeira delicada. O momento difícil da empresa é justificado pelo comportamento de seu irmão, James Taggart, um burocrata ineficiente e corrupto. Rand busca definir com James o empresário medíocre, que prospera através de conexões políticas ao invés de mérito laboral.

Outro personagem de destaque é Hank Rearden, inventor do Rearden Metal, simbolizando a capacidade individual de criar e inovar. Sua luta contra a sociedade coletivista reflete a defesa de Rand ao individualismo e à liberdade econômica.

Francisco d’Anconia, um empresário que esconde seus propósitos verdadeiros na figura de um playboy descompromissado, representa a habilidade produtiva e a paixão pelo trabalho.

Finalizando, Ellsworth Toohey, um socialista que personifica o coletivismo, trabalha nos bastidores para minar os indivíduos talentosos e promover a igualdade forçada.

Através desses personagens, a autora reforça os princípios que permeiam sua filosofia, conhecida como Objetivismo, sem deixar de criticar o altruísmo e o coletivismo, colocando os direitos individuais no pedestal da importância, dando forma ao egoísmo racional.

Além disso, a obra entrega algumas frases que o autor pode carregar como valiosas lições ao longo da sua jornada pessoal ou profissional, com um destaque para a minha favorita:

“Não existem contradições. Sempre que você achar que está vendo uma contradição, verifique suas premissas. Você vai descobrir que uma delas está errada! “

Embora tenha sido publicada em 1957, percebemos uma notável similaridade com dilemas enfrentados atualmente, tanto no Brasil quanto no mundo. A Revolta de Atlas é uma obra indispensável para todos os tempos e idades, capaz de esclarecer dúvidas e proporcionar maturidade ao empreendedor, que finaliza a leitura com orgulho do potencial e das transformações que pode gerar na sociedade por meio de seu trabalho e egoísmo racional.

Autor

Filipe-de-Barros-Busatto

Filipe de Barros B. Busatto

Associado II

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