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Resenha – A Regra é Não ter Regras – A Netflix e acultura da reinvenção

Resenha Crítica – Por André Paris, Associado II do Instituto Líderes do Amanhã

A presente obra foi escrita e publicada recentemente, no ano de 2020, por Reed Hastings e Erin Meyer. Enquanto Hastings é empresário, cofundador – em 1997, presidente do conselho de administração e co-CEO da mais famosa empresa de Streaming do mundo, a Netflix – cujas práticas de gestão são o principal tema da obra, e filantropo, Meyer é professora da mundialmente renomada escola de negócios INSEAD.

Hasting se graduou pelas universidades de Bowdoin e Stanford. O autor foi professor voluntário do “Corpo da Paz” no sul da África, de onde surgiu a primeira conexão espontânea com Erin, já que ela também foi professora dessa inciativa na décda de 90.

Reed também foi presidente do Conselho De Educação do Estado da Califórnia e foi membro de conselhos administrativas de instituições educacionais como a Dreambox, Kipp, Learning e Pahara.

Meyer, além da presente obra, também é autora de “The Culture Map”. A autora também já compartilhou seu conhecimento diversas vezes no The New York Times, na Forbes e na Havard Business Review. Um ano antes da publicação do livro em análise, Meyer foi listada na “Thinkers50” como uma das maiores pensadoras em temas relacionados à gestão e negócios.

A colaboração entre os autores teve grande influência da curiosidade da professora da INSEAD em compreender como uma organização, do tamanho e sucesso da Netflix, poderia flexibilizar regras cuja rigidez era quase unanimidade em corporações de porte financeiro, número de colaboradores e operações similares às da Netflix.

Algumas dessas regras abordadas ao longo do livro são aquelas relativas à atração e retenção de talentos, ao processo de tomada de decisões e a responsabilidade sobre elas, a políticas de férias, de vestimenta e de controle de gastos, e, à troca de feedbacks entre os membros da organização.

O livro tem por objetivo analisar a filosofia corporativa e o modelo de negócios (considerados fora dos padrões para organizações similares) da empresa pioneira no mercado de streaming.

Essa filosofia contribuiu bastante para que a empresa, originalmente um serviço de locação de DVDs, se tornasse a líder e pioneira do setor de streaming, utilizando tecnologias inovadoras e produzindo (de forma recorrente) uma gama de conteúdos de excelência.

A partir dos erros e acertos que a organização teve ao longo de seus 25 anos de existência, os autores demonstram como a filosofia de liberdade, com responsabilidade, foi implementada na Netflix.

Ao longa da obra, o leitor tem acesso a depoimentos, experiências compartilhadas e outros relatos de colaboradores da Netflix espalhados ao redor do globo, evidenciando os elementos que permitiram a criação e a consolidação de sua filosofia corporativa.

Dentre as principais práticas evidenciadas pelos autores no livro e que forjam uma cultura de “liberdade com responsabilidade”, capaz de permitir que as decisões tomadas na condução do negócio se deem em benefício da Netflix, podemos destacar pelo menos três.

Uma delas é a constante busca por aperfeiçoar a “densidade de talento” da organização, evidenciada desde a demissão de um terço da força de trabalho da Netflix, que, ainda que não fossem maus empregados, não representavam os colaboradores com as melhores performances da empresa, quando esta ainda possuía apenas cerca de 120 funcionários. Tal prática permitiu que os times da Netflix sejam formados por profissionais de alto desempenho (e que sejam remunerados de forma compatível com tal desempenho).

Outra prática citada na obra que evidencia a cultura corporativa da organização é a ausência, ou ao menos flexibilização, de políticas corporativas tradicionais, como as de vestimenta, férias e gastos. Na Netflix, não existem grandes burocracias para realizar despesas, não existe um “dress code” ou mesmo um limite para que os colaboradores tirem férias. A organização percebeu que, ao invés de gerar um cenário anárquico, a liberdade concedida é exercida com responsabilidade por parte de seus colaboradores.

Outra prática que vale a pena mencionar, e que é citada em relatos de colaboradores na obra, é a de incentivo à concessão de feedbacks sinceros entre colegas de trabalho. Dessa forma, a empresa é capaz de forjar um ambiente propício para a troca de ideias e de diferentes visões, além do compartilhamento de erros e acertos para alterar o que não está adequado e manter ou aperfeiçoar o que está dando certo, proporcionando um melhor desempenho do negócio e de suas operações.

A obra e seus autores conseguem atingir os objetivos a que se propuseram, demonstrar a conexão entre os elementos e valores que formam a cultura da Netflix e o seu inegável sucesso e pioneirismo no setor de streaming, conquistado “uma tela por vez”.

Autor

André-Hemerly-Paris

André Hemerly Paris

Associado II

Fakos

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