Resenha Crítica – Por Juliana Bravo, Associada III do Instituto Líderes do Amanhã
Publicada originalmente em 2016, a obra “A Marca da Vitória: A Autobiografia do Criador da Nike” concentra as memórias de Phil Knight, cofundador da Nike. O livro narra a história do autor e a jornada da companhia desde seu início, quando – na década de 1960 – ainda tinha o nome de Blue Ribbon Sports, até se tornar uma das marcas mais icônicas do mundo.
Por volta dos vinte e poucos anos e sem saber o que fazer da vida, o jovem apaixonado por esportes decidiu comercializar tênis japoneses nos Estados Unidos, após utilizar um par de calçados que melhoraram seu desempenho nas corridas. Sua paixão por tênis começou quando ele era estudante de graduação na Universidade de Oregon. Por lá, Knight foi membro da equipe de atletismo, ocasião em que conheceu o técnico Bill Bowerman que, posteriormente, viria a ser seu parceiro de negócios na construção da Nike.
Muito motivado, mas com pouco orçamento, Knight inicia sua carreira nos negócios importando poucos pares de tênis que, para sua felicidade, logo foram vendidos. Contando com o apoio de seu treinador, seu pai e um time forte de funcionários, Knight viu a então Blue Ribbon Sports crescer aos poucos.
A obra enfatiza o espírito empreendedor que impulsionou a empresa e que a fez superar dificuldades financeiras e judiciais. De problemas com fornecedores japoneses a denúncias de má remuneração de funcionários das fábricas, o autor compartilha os principais ensinamentos que moldaram a evolução da empresa.
Um dos aprendizados compartilhados é a importância de contratar as pessoas certas. Para ele, é absolutamente vital conectar-se com pessoas que compartilham a missão e a visão da empresa, o que não é possível contratando a primeira pessoa que responde a um anúncio de vaga de emprego. Assim, ele desenvolveu um processo de contratação que buscava gênios incompreendidos. Com a empresa recheada de pessoas movidas pela criatividade, Knight criou um ambiente em que os funcionários podiam ser eles mesmos, o que deu início a uma cultura comprometida em pensar fora da caixa.
O estilo de gestão de Knight também se refletia nos treinamentos da equipe. Em vez de forçar os funcionários a participarem de programas cansativos, uma das estratégias do autor era realizar exercícios em que as pessoas podiam beber e gritar umas com as outras, o que não apenas incentivava a equipe a rir de si mesma, mas criava um senso de comunidade dentro da empresa. Outra marca da gestão de Knight era incluir seus funcionários na tomada de grandes decisões, tal qual a incorporação de novos produtos e a própria reformulação da marca.
A reformulação da marca, aliás, veio em meio a dificuldades e rompimento com a empresa japonesa fornecedora de calçados. Knight queria algo novo e já estava decidido por renomear a marca para “Dimension Six”, quando, na data de entrega da papelada para oficializar a decisão, o primeiro funcionário em tempo integral da empresa, Jeff Johnson, sugeriu uma opção inspirada na mitologia grega. O nome curto e de som forte conquistou Knight e a Blue Ribbon Sports virou a mundialmente famosa, Nike.
A obra apresenta não apenas a criação da Nike, mas uma série de lições valiosas sobre empreendedorismo. Com destaque para a importância de uma cultura corporativa sólida, baseada em paixão, criatividade e resiliência, o autor compartilha sua coragem para arriscar, sua capacidade de aprender com o fracasso e a importância de parcerias sólidas nos negócios.
A principal mensagem do livro é a de que o sucesso se alcança por meio de muita perseverança e não acontece da noite para o dia. “A Marca da Vitória: A Autobiografia do Criador da Nike” desafia o leito a sonhar, a superar o medo do desconhecido e a tornar realidade o mais louco dos sonhos.