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21 de abril: liberdade ainda que tardia

Artigo de Opinião – Por Efigênia Brasilino, Associada Trainee do Instituto Líderes do Amanhã

“Jurei morrer pela independência do Brasil, cumpro a minha palavra! Tenho fé em Deus e peço a Ele que separe o Brasil de Portugal”

Tiradentes

A liberdade é como uma semente que, mesmo tardia, encontra solo fértil para florescer. Em meio às tramas da história, personagens emergem como ícones dessa luta pela liberdade.

Tiradentes foi um deles. Joaquim José da Silva Xavier nasceu em 12 de novembro de 1746, na cidade de Pombal, hoje Tiradentes, Minas Gerais, Brasil. Filho de portugueses, cresceu em uma família de pequenos proprietários rurais.

Iniciou sua vida profissional como tropeiro, viajando entre Minas Gerais e Rio de Janeiro. Posteriormente, trabalhou como minerador e dentista, profissão que lhe rendeu o apelido de “Tiradentes”.

Enquanto colônia, o Brasil se encontrava sob o domínio português, que exercia um controle econômico rígido, se utilizando de um sistema de tributação pesado para sustentar o seu império. Esse sistema de tributação estava relacionado a diversas fontes de receita que Portugal explorava em sua colônia.

Através do monopólio comercial, a Coroa Portuguesa limitava severamente o comércio brasileiro, forçando os colonos a comprarem e venderem produtos exclusivamente através de Portugal, o que gerava altos custos e diminuía os lucros. Outro agravante fator era a derrama, um tipo de imposto que Portugal cobrava de forma coercitiva quando não conseguia arrecadar a quantidade de tributos esperada, de forma abusiva, levando muitas vezes à falência e à miséria.

Também não se pode esquecer que uma das principais fontes de arrecadação era o quinto do ouro, que estabelecia que 20% de todo o ouro encontrado no Brasil deveria ser enviado para a Coroa Portuguesa. Isso foi especialmente significativo durante o período da corrida do ouro em Minas Gerais, onde o imposto era rigorosamente cobrado.

Em outras palavras, e cumpre trazer um pequeno adendo, nos idos de 1700 não havia liberdade ou livre mercado, sendo a própria legislação o algoz do povo. Cumpre lembrar as lições de Bastiat de que a espoliação legalizada ocorre diariamente, oportunizada por leis e concretizada por meio dos tributos, incentivos subsidiados pelo Governo, ou prerrogativas para uns, suportados por todos.

Irresignado com a situação, surge Tiradentes, articulista, junto a outros membros igualmente cansados da exploração. Entretanto, o movimento foi delatado e sufocado pelas autoridades coloniais.

Em 1789, Tiradentes foi preso e levado ao Rio de Janeiro, onde foi julgado e condenado à morte. Em 21 de abril de 1792, ele foi enforcado e esquartejado em praça pública, tendo suas partes espalhadas pelo país como forma de desencorajar outros movimentos de independência.

Ao liderar a Inconfidência Mineira, Tiradentes desafiou não apenas a autoridade colonial, mas também os dogmas que limitavam o pensamento e a ação. Sua visão transcendeu as fronteiras físicas, abraçando a ideia de que a liberdade é um direito natural e inalienável de todos os seres humanos.

Embora tenha enfrentado a brutalidade da repressão e pagado com sua própria vida, Tiradentes deixou um legado imortal e demonstra, ainda que de forma indireta, o idealismo liberal no sangue brasileiro.

A história de Tiradentes demonstra que a liberdade é uma conquista contínua, que, embora dolorosa e repleta de sacrifícios, exige determinação. Seu exemplo ecoa em todas as esferas da sociedade, remetendo à memória do poder transformador da vontade humana e da importância da defesa dos direitos fundamentais, mesmo diante das adversidades.

Autor

Efigenia

Efigenia Márlia Brasilino de Morais Cruz

Associada Trainee

Docstage

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